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Proteína de Grilo: serão os insetos o nosso futuro?
4 Outubro 2021

Proteína de Grilo – A crescente procura de fontes proteicas em alimentos nas últimas décadas tem colocado uma enorme pressão no setor pecuário, cuja pegada ecológica é cada vez maior. Consequentemente, o setor pecuário está a ter um crescente impacto nas alterações climáticas, desflorestação, perca de biodiversidade e nos recursos hídricos. Para além dos impactos ambientais, há um crescente repúdio dos consumidores em relação às práticas modernas de criação e abate de animais. Estes fatores têm levado muitas pessoas a optarem por dietas de origem vegetal.

Porém, uma outra solução, recentemente aprovada em Portugal pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), é a utilização de insetos para a alimentação humana.

Os insetos gastam muito menos recursos que as outras fontes proteicas animais. No caso dos grilos, a produção de cada unidade de proteína deste inseto apenas necessita de 8,33% da alimentação, 0,05% da água e 6,67% da ocupação de terra, quando comparado com uma unidade igual de proteína de origem bovina. Já na emissão de gases com efeito de estufa, esta proporção fica-se em 1,00%.

Face aos números anteriormente apresentados, os seguintes exemplos são bem demonstrativos das exigências de ambas as realidades:

  • Para a produção de um bife de vaca (200gr) é consumida uma quantidade de água equivalente a um duche de 10 horas, enquanto para a mesma quantidade produzida de farinha de grilo consome-se o equivalente a um duche de 18 segundos;
  • Um kg de bife de vaca emite quantidades similares de dióxido de carbono a uma viagem de 250km, enquanto para a mesma quantidade de farinha de grilo, a emissão corresponde a uma deslocação de 2,5km;

Por outro lado, os benefícios da proteína de grilo são assinaláveis:

  • 70% de proteína: a mesma de um bife de comprovada qualidade;
  • 20% gorduras saudáveis: mais Ómega-3 e Ómega-6 que o salmão;
  • 5 fibras de quitina: melhora a saúde intestinal e reduz risco de inflamações;
  • Micronutrientes: elevada biodisponibilidade de ferro, cálcio, zinco, vitamina B12 entre outros;
  • Sem antibióticos: em contraste com a criação de gado, não existe risco de superbactérias.

Assim, vemos crescer o número de organizações com este tipo de oferta, apresentando variadas soluções para as diferentes tipologias de consumo e preferências individuais. Desde as barras estilo snack ou crackers, passando por massas alimentícias, indo até ao tradicional pó proteico para consumir em estilo batido, todas estas opções e muitas outras em diversos sabores. Um mercado que chegou para ficar, e que a pouco e pouco ganhará adeptos, não só devido aos benefícios ambientais e de saúde, mas também pela experiência do sabor!